domingo, 28 de abril de 2013




Quanto tempo dura sua dor? De repente você sofre e... olha para si mesma e percebe a urgência de recomeçar! Redescobrir as pequenas alegrias que insistem em fugir de você. As horas que se eternizam nos ponteiros de seu relógio, os sorrisos alheios que passam lembrando a toda hora que não são seus, que aqueles sentimentos não foram para você. Aí se esconde, porque não quer ser o alvo. E no meio da concha, “vocêcaramujo”, se revolve lambendo as feridas que ainda não cicatrizaram, mais que isso, revolveram chagas antigas, marcas de um passado já esquecido.

Mas... quanto tempo dura sua dor? Quanto tempo demora para você se olhar? Assumir os deslizes, a pena que sentiu de si mesma e decidir que em seu rosto, essa é a hora dos sorrisos? Aqueles que antes não eram para você?

Quando seu coração acalma, tudo vai se acomodando em algum lugar, mesmo que este lugar não seja ideal. Assim, os pedaços de mundo que compõem a sua vida vão serenando para que você se revigore e volte a caminhar. Mas junto com os primeiros passos, vem o medo de sentir toda a frustração de novo. Aí você hesita, recua, desvia...

Há as pessoas que nunca pulam a etapa da dor, e vivem a se torturar pelo que foi, impedidas de viver o que poderia ser. E Tomadas pelo temor de sofrer, elas sofrem como se isso fosse uma condição constante em suas vidas. É como se elas morressem em vida, engessadas pela ilusão de não sofrer mais.

Mas há aquelas que esquecem e retomam o ímpeto e recomeçam renovadas até que, num fim de tarde de um dia qualquer, elas vacilam e caem novamente. Essas pessoas se acostumaram a cair, aprenderam caindo, perderam muitas vezes o viço para ganharem cicatrizes muitas vezes profundas... Mas elas viveram, sentiram o gosto de enfrentar o medo e viver a intensidade das incertezas.

Porque, na verdade, o tempo da dor só dura até você descobrir que o medo, a qualquer momento, pode chegar e que não há receita para se usar estando diante dele... E no final das contas, o que há mesmo é sua vontade de viver e enfrentar o mundo.

FSA, 27 de fevereiro de 2013

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